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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Cúmulo da ridicularidade ou A paródia é um plágio, mas diferente

hoje estou contente
e isso não é motivo pra poesia,
ontem estive magoado
e isso não importou à vizinha,
amanhã me sentirei diferente
e isso não vai ser melhor
(sentir-se diferente
é sentir-se igual, mas não totalmente).

no verão passado - e aqui sempre é verão -
não choveu como eu queria
no inverno passado - que dura três dias -
não fez frio como deveria
e isso não mudou em nada a minha vida
exceto que eu não tomei banho de chuva
todos os dias e que não pus meu agasalho
que não tenho.

as vezes me sinto sozinho
mas isso não me torna especial.
quase sempre me sinto ridículo
e isso se materializa.

Exaltação

ao Guilherme e a mim mesmo

Oh doce criança, que sonho repeles e veneras?
Porque tão belas são as maçãs nas vitrines,
da mercearia? E se os ideais não fossem quimeras?
E se a faca que rasga a maçã e o peito fosse efígie?

A faca - oh maldita! - que lasca o encanto
da ainda não adormecida, é a mesma - oh escrúpulo! -
que converte os não cristãos, pelo sepulcro
a que renegas, mas em tumba encerras, tanto

que se as vitrines espelham o glamour hediondo
parecem os colares, antes serpentes vasculares
que gostarias, músicas sem ritmo e se te contam -
ingênuos! - quem diria? não reconheces teu lar?

E se adormecida entre as suas faces, pegue beira
no ressentimento e no desencanto, - não! -
Enganaram-te os eletrodomésticos, querias geladeira
fostes rotulado panela de pressão!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Quinta-feira

meu casaco permanece, deitando o que há em mim
nada em você me espelha, o seu oco
dentro do que em mim me precipita.
Os braços, antes conforto, restauram o mofo.