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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Ao teu olhar

No guichê, um beliscão
como o de Pataca, da literatura de antes, de há tempos.
Um beliscão aproximante: um beliscão como um beijo
O beliscão foi o beijo
O infinito sou eu quando com Você, porque sempre com Você
ainda que não pareça...
Olha: no guichê as pessoas passam,
Você fica, porque eu quis assim.
(Fazendo assim.)
Não sabendo ler as pessoas,
Não sabendo ler as palavras,
Não sabendo não precisar,
Te precisei, mas sem palavras: o Seu canal que sai do olho me chama e me diz
Me chamou, e eu fui: cortamos a estrada, ouvi serenatas
Quis serenatear: mas a voz não saiu
Meu olho é quem canta a Você: e sai até agüinha
Pra Você Se banhar, quando quiser, e Se limpar do escuro
na nossa noite a lua é sol: e somos filhos deles.

domingo, 22 de junho de 2008

Do líqüido.

O sabor sedutor seduz
A boca boba a beber
sedenta sacia ao descer
Da boa bebida e deduz:

Líqüido santo é a cerveja!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

noturno III

a noite eu não me lembro do dia
nem do sol, nem da cor das orquídeas
eu não sentira seu odor nas flores
eu não vira suas formas nas nuvens

a noite eu não me lembro do sonho
das crianças em bicicletas, do futebol
na rua descalças, das velhas ranhetando,
do machucado e das gargalhadas

a noite eu não me lembro do jogo
gol aos não-sei-quantos-minutos, o juiz
que não apita, que não manda assinar
e a vontade de dar o beijo e sair e

a noite eu não me lembro do jantar
nem do almoço, nem do café, do pão
com requeijão e da vida dum comercial
de margarina light pro coração

a noite eu não me lembro de não lembrar...