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terça-feira, 1 de julho de 2008

Recortes das cores de um conto

eu cortei a estrada com você
recortei a estrada com você, recortei minha vida pra você
a fim de que desse tempo de você saber de mim,
que sou você, também, porque almas companheiras no infinito colorido:
recortadas

Estive trancada num elevador com ele
e desde as primeiras horas quis continuar trancada
esperamos muito, até que a porta se abrisse
quando isso aconteceu, queria continuar presa: queria para mim
recortá-lo

Eles saíram, na liberdade mentirosa
reencontraram pessoas, amigos preocupados, amores antigos
Reviram fotos, reviveram, assim, o passado, um recorte do presente
e nunca mais voltaram a aprisionar-se juntos
a recortarem-se

De qualquer maneira, decidimos, então, que tanto fazia a vida
porque estamos mesclados no colorido infinito da alma, não-recortado:
pleno.
porque as horas em que estivemos juntos foi toda a eternidade
ela reverbera: a partir dali, sabe-se lá...

Tanto faz o elevador: as horas mágicas perduram,
A saudade serve pra isso: ela é a porta
porta dos retratos, meu porta-emoções, porta-vontades
que eu idolatro, beijando, que eu recorto
coloridamente no companheirismo da alma infinita.