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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Primaveríl

O asfalto toma conta de meu mundo
rodas, defuntos, refugo
passam e repassam em seu duro
chão cuja seiva é óleo diesel.

O sangue enegrecido e corrosivo
a boca carcomida pelo tempo
umedecem com o vermelho entumescido.
Um beijo na alvorada do Desejo

domingo, 18 de maio de 2014

Ruína

A tua ausência só te faz mais presente
a lembrança, atiça e atordoa,
como ruína persiste, insolente e voa
mancando com as asas dormentes.

A reminiscência (tola) de esperanças doente
fantasia angustiosos prazeres à toa
porque amor convalescente com mágoa
e saudades finca raízes, embora mais doa.

Com unhas e dentes agora cravada
essa ave a alma avidamente lacera,
o corpo devora, paixão malcriada

Fantasmagoria que transcende à esfera,
escombro de uma felicidade passada,
ainda assim, talvez melindrada, prospera.