Pesquisar este blog

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Infernal

Hoje tenho um ímpeto
Primal e irrecusável
Interno à minha gênese
Ao meu ódio ancestral

Hoje a tua morte é pouca
e somente o castigo eterno
do demônio mais gultural
saciará o meu rancor.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Infante

O que realmente me cativa
nas preces do amanhã
são os sonhos de menino
aquela natureza canhestra
de montanhas segurando um sol
sorridente.

A bola do tamanho da Terra
e a reinvenção do universo
em cartolina e giz de cera
aquele sorriso que se vai
e só reencontramos mais tarde
nos outros.

Cinzas e estrelas

Minha boca tem gosto de cinzas
dessas dum defunto gordo
que enchem a boca
e calam

O sol na beirada da porta
ilumina o quarto vazio
do chão o pó flutua
constelando.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Crônica de uma confissão gripada

As vezes eu me irrito,
me irrito e não me entendo,
É uma força brava de antipatia
que sacode a gente por dentro.
O motivo é meio misterioso
- como o da dor de dente.
O arrepio indolente, ao contrário,
atinge, por força, as extremidades.
E nada mais me põe à vontade
E tudo me coloca doente.

No fundo da alma se ouriça
a sinceridade
- essa força de gente inocente.
Porém toda pintada de maldade,
surge com um furor incongruente.

Feita arma tal habilidade
- conversão de esponja em tridente -
naturalmente explode. 
Não é diferente do saco
em que, indiferente, se sopra o ar.
E já não há mais saco pra soprar.