Pesquisar este blog

segunda-feira, 28 de março de 2011

Medéia, ou a iluminação do Ocidente.


Hoje acordei iluminado
Por uma rubra luz
incandescente
Na epifania do desejo
Iludido apego
Da vida

O amanhã nascerá escarlate
Para os filhos da noite
Escura
Minha catarse é nossa
O empírico ego
Do fim.

terça-feira, 1 de março de 2011

Morcego (ou Do bolor e o seu lugar)

Sobre piano, flores, bilhete,
A poeira no chão destoa
A música aos poucos acende
Lembranças de outra pessoa

Na época em que o jardim era verde
No baile emoções sobrevoam
A dança aos poucos distende,
Os nervos nunca perdoam

Se perniciosamente me permito
Músicas, folhas, bilhetes, pessoas,
A poeira aos poucos me deixa doente
Toda comoção enjoa

Um canto, de repente, deleita
Das mágoas já não sinto gosto
Um beijo bailarino abotoa
A gola sufoca o pescoço

A alegria foge, entre dentes,
A poeira tudo enevoa
Aos poucos num gesto dormente
O morcego se lamenta e ressoa