Anseio por acender um cigarro
Mesmo que eu não vá gostar
Mesmo sentindo na garganta
Uma precognição do pigarro
É que por diversas vezes
Na calada da noite me assombram
As lembranças de quem fui e serei
E a visita me provoca instâncias loucas
Como noite de Folia de Reis
Eu sento na beirada da cama
e busco uma fonte de calor
Uma fonte de fumaça e amor
Pois mesmo não gostando
E mesmo com este vermelho sangue
De noite, sempre me vem
essa vontade louca de me matar
Um comentário:
Achei engraçado, não o texto, mas os meus sentimentos em relação a ele. Acho que porque gostei do arcabouço, da "ideia", mas achei que o tom mais "chão", mais "confessional" podia estar mais impregnado da "febre", das "instâncias loucas", como imagens, sei lá...
abraço!
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