ao Guilherme e a mim mesmo
Oh doce criança, que sonho repeles e veneras?
Porque tão belas são as maçãs nas vitrines,
da mercearia? E se os ideais não fossem quimeras?
E se a faca que rasga a maçã e o peito fosse efígie?
A faca - oh maldita! - que lasca o encanto
da ainda não adormecida, é a mesma - oh escrúpulo! -
que converte os não cristãos, pelo sepulcro
a que renegas, mas em tumba encerras, tanto
que se as vitrines espelham o glamour hediondo
parecem os colares, antes serpentes vasculares
que gostarias, músicas sem ritmo e se te contam -
ingênuos! - quem diria? não reconheces teu lar?
E se adormecida entre as suas faces, pegue beira
no ressentimento e no desencanto, - não! -
Enganaram-te os eletrodomésticos, querias geladeira
fostes rotulado panela de pressão!
2 comentários:
me avisaram agora que escrevi hediondo sem h..., fica a correção
Muito bom, profundo, verdadeiro e frenético, quase uma própria panela de pressão, embora seja geladeira. Obrigado fer, fico honrado.
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