a boca medonha suga agressiva,
efeito de ralo atrativo,
chama ao seu humor as dignas
do lixo, não limpa, provoca estupor.
Confunde o joio do trigo e amarra
o todo em ardiloso fervor.
Suga, chupa o que há de detrito
mesmo no mais suave e incorruptível
amor. Engana, o que se quer enganar,
com chupões-ferroadas sem ferrões.
Exige do rio a areia, onde só há água
e entulha e embarreia a liquidez.
Talvez queira o que lhe é próprio.
Hipócrita suga o que não
haveria pra sugar, mas por elegância
(desastrada) a água faz de si brotar
a areia inóspita que ela deseja,
mas destino de draga é triste,
água que é água percebe que a areia
nela não existe, é o que a draga
procura e mais do que ser o que
ela chupa é o que sua boca dissemina
e a põe no seu lugar de ralo, de alicate
de unha, que é o que se costuma usar.
Que drague o que puder,
pra não ter mais o que sugar.
O terminal, local de encontro espontâneo em meio ao fluxo do desencontro cotidiano na confluência do trânsito caótico moderno. É neste local onde nasce o olhar inesperado da mente, onde os questionamentos surgem em meio a uma espera funesta. Aqui, no terminal da poesia, nos encontramos.
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quarta-feira, 30 de abril de 2008
sábado, 12 de abril de 2008
Do Amor Dialético.
I
Você se cria líqüida
Pura ao me ver muda
Eu ao te ver movida
Em mim o nós aluda.
I
Eu em você sou vida
Em mim você é muda
Somos nós raiz florida
Síntese primavera aguda
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Do Amor Dialógico.
I
Você emparedada em você
Fala comigo, de perto me vê.
Discutimos, eu emparedado
em mim mesmo sou dado.
II
Eu, em mim, vejo você,
mas não nos vemos nós
Em você, você me vê
E juntos não temos nós.
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