Lentamente, como minhoca saciada, se arrasta
contente desse caminhar mal criado
crina que se assanha e avoa
qual comercial de menina melindrada.
Contudo, ao primeiro aviso, se atordoa,
se enrola igualzinho piolho de cobra,
tímido, refaz as suas contas,
com assombro com fantasma se depara.
A segunda estocada é mais dolorosa,
cirurgicamente acerta regiões mais delicadas,
como a cabra se acabrunha de repente,
profissão de fé de gente mal humorada.
Pro próximo passo só é preciso estar presente,
retraído, o veneno, agora exala
qual sapo-boi se infla, vaidoso,
como leoa atraiçoada numa jaula.
O terminal, local de encontro espontâneo em meio ao fluxo do desencontro cotidiano na confluência do trânsito caótico moderno. É neste local onde nasce o olhar inesperado da mente, onde os questionamentos surgem em meio a uma espera funesta. Aqui, no terminal da poesia, nos encontramos.
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Febre
Anseio por acender um cigarro
Mesmo que eu não vá gostar
Mesmo sentindo na garganta
Uma precognição do pigarro
É que por diversas vezes
Na calada da noite me assombram
As lembranças de quem fui e serei
E a visita me provoca instâncias loucas
Como noite de Folia de Reis
Eu sento na beirada da cama
e busco uma fonte de calor
Uma fonte de fumaça e amor
Pois mesmo não gostando
E mesmo com este vermelho sangue
De noite, sempre me vem
essa vontade louca de me matar
Mesmo que eu não vá gostar
Mesmo sentindo na garganta
Uma precognição do pigarro
É que por diversas vezes
Na calada da noite me assombram
As lembranças de quem fui e serei
E a visita me provoca instâncias loucas
Como noite de Folia de Reis
Eu sento na beirada da cama
e busco uma fonte de calor
Uma fonte de fumaça e amor
Pois mesmo não gostando
E mesmo com este vermelho sangue
De noite, sempre me vem
essa vontade louca de me matar
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Carinho na língua dos outros é refresco
De tanto escutar gente enchendo o saco,
corretores de word que a língua não sentem,
decidi escrever esse epitáfio, simples,
- para desaprovação! - como toda gente.
Seje ele um texto desajeitado, capenga ou doente
concerteza esteje encomodando a sensibilidade dos escrevente.
Há quem diga que o nariz arrebitado
deixa que a poeira entre, mas se é qualificado
espirra com virilidade e espírito detergente.
Pra mim comprar essa ideia faltam tostões e vontade
os primeiros pagam o pão com mortandela
o segundo manteu a tal da liberdade.
Não desejo mal a ninguém, quero que todos estejem
disso despreocupados, mas se ir pede a preposição
melhor é dar esmola pros necessitados.
Se a boa comunicação salva nóis
acho que ansim você me intende
afinal para escrever não é preciso pós
basta papel e lápis apontado,
já diziam Linspector e Abreu:
"Se for pra fazer, que seja errado".
corretores de word que a língua não sentem,
decidi escrever esse epitáfio, simples,
- para desaprovação! - como toda gente.
Seje ele um texto desajeitado, capenga ou doente
concerteza esteje encomodando a sensibilidade dos escrevente.
Há quem diga que o nariz arrebitado
deixa que a poeira entre, mas se é qualificado
espirra com virilidade e espírito detergente.
Pra mim comprar essa ideia faltam tostões e vontade
os primeiros pagam o pão com mortandela
o segundo manteu a tal da liberdade.
Não desejo mal a ninguém, quero que todos estejem
disso despreocupados, mas se ir pede a preposição
melhor é dar esmola pros necessitados.
Se a boa comunicação salva nóis
acho que ansim você me intende
afinal para escrever não é preciso pós
basta papel e lápis apontado,
já diziam Linspector e Abreu:
"Se for pra fazer, que seja errado".
domingo, 23 de junho de 2013
Hibernação
A palavra se esqueceu de mim
talvez tenha se tornado fria
numa dessas viradas da vida
às esquerdas
Andei sozinho pelo branco do dia
numa solidão de pedra ao sol
nem o piar de pássaros azuis
nesse sertão
Pelo caminho reto fui distraído
das curvas e das montanhas
composições rítmicas no asfalto
retalhos
E joguei uma noite perdida
em um mundo quente pelos meus sentimentos
carmins em tinta de pós-parto
um dado.
Encontro em uma música apagada
as cores do meu universo cansado
sangrando nos umbrais do cosmos
escrevo.
talvez tenha se tornado fria
numa dessas viradas da vida
às esquerdas
Andei sozinho pelo branco do dia
numa solidão de pedra ao sol
nem o piar de pássaros azuis
nesse sertão
Pelo caminho reto fui distraído
das curvas e das montanhas
composições rítmicas no asfalto
retalhos
E joguei uma noite perdida
em um mundo quente pelos meus sentimentos
carmins em tinta de pós-parto
um dado.
Encontro em uma música apagada
as cores do meu universo cansado
sangrando nos umbrais do cosmos
escrevo.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Bois que derrubam cerca
De ferrões em brasa e instinto
malcriado a muriçoca se excita
e belisca o possante gado.
Como uma mãe que em riste
percebe o filho acossado, o boi
de um salto se expande
correndo desesperado.
Se pimenta nos olhos dos outros
é refresco, não sei, mas a bebida
deixa todos ouriçados, com espanto,
a massa homogênea estilhaça
antes boi sossegado.
Unidos por berrante
e boiadeiros bem asseados,
agora, enxame de abelhas,
açoitam e não olham pro lado.
malcriado a muriçoca se excita
e belisca o possante gado.
Como uma mãe que em riste
percebe o filho acossado, o boi
de um salto se expande
correndo desesperado.
Se pimenta nos olhos dos outros
é refresco, não sei, mas a bebida
deixa todos ouriçados, com espanto,
a massa homogênea estilhaça
antes boi sossegado.
Unidos por berrante
e boiadeiros bem asseados,
agora, enxame de abelhas,
açoitam e não olham pro lado.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
De perna longa
uma cenoura é sempre uma cenoura
assim como os pingos da roupa
no varal de meus sonhos
tornados pássaro e aí velhinho?
buraco negro, na parede,
que se passa, que os passáros
não andam, só os patos
que pensam e vivem sorrindo
um varal é uma vida na borda
sorriso que disfarça
um pássaro tornado cenoura
e amado pelas crianças
uma criança é sempre uma criança
assim como os pingos do varal
são sonhos da minha roupa
tornados velhos e aí passarinhos?
assim como os pingos da roupa
no varal de meus sonhos
tornados pássaro e aí velhinho?
buraco negro, na parede,
que se passa, que os passáros
não andam, só os patos
que pensam e vivem sorrindo
um varal é uma vida na borda
sorriso que disfarça
um pássaro tornado cenoura
e amado pelas crianças
uma criança é sempre uma criança
assim como os pingos do varal
são sonhos da minha roupa
tornados velhos e aí passarinhos?
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Fanfarrão
Num dia desses ou numa noite dessas
Você vai encontrar uma pedra
Uma pedra no caminho
Medo não é preciso
Não esqueça, não estará sozinho
Num dia desses ou numa noite dessas
Você vai perder seu caminho
Mas basta seguir a pedra
Não se esqueça não é preciso
Pressa, gigantes são moinhos
Num dia desses ou numa noite dessas
No caminho de uma pedra se perderá
Perdido estará o que se é
Não é preciso duvidar
Não se esqueça de manter-se em pé
Num dia desses ou numa noite dessas
Você não vai encontrar nada
Nada é o fim da estrada
Não é preciso desespero
Não se esqueça o retorno é a virada.
Você vai encontrar uma pedra
Uma pedra no caminho
Medo não é preciso
Não esqueça, não estará sozinho
Num dia desses ou numa noite dessas
Você vai perder seu caminho
Mas basta seguir a pedra
Não se esqueça não é preciso
Pressa, gigantes são moinhos
Num dia desses ou numa noite dessas
No caminho de uma pedra se perderá
Perdido estará o que se é
Não é preciso duvidar
Não se esqueça de manter-se em pé
Num dia desses ou numa noite dessas
Você não vai encontrar nada
Nada é o fim da estrada
Não é preciso desespero
Não se esqueça o retorno é a virada.
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