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domingo, 18 de maio de 2014

Ruína

A tua ausência só te faz mais presente
a lembrança, atiça e atordoa,
como ruína persiste, insolente e voa
mancando com as asas dormentes.

A reminiscência (tola) de esperanças doente
fantasia angustiosos prazeres à toa
porque amor convalescente com mágoa
e saudades finca raízes, embora mais doa.

Com unhas e dentes agora cravada
essa ave a alma avidamente lacera,
o corpo devora, paixão malcriada

Fantasmagoria que transcende à esfera,
escombro de uma felicidade passada,
ainda assim, talvez melindrada, prospera.

Um comentário:

Guilherme Mariano disse...

Gostei e desgostei. Há passagens boas. Os dois primeiros versos da primeira estrofe, principalmente. Mas tem uma coisa nele que me incomoda um pouco. Acho que é o descompasso do ritmo. Ele apresenta quebras que produzem um sentido bacana, se pensar na oposição temática da ruína (presença X ausência), mas torna a leitura mais complexa.
No entanto, o uso da forma em conjunto com o tema ficou muito bom. Algo que eu tenho muita dificuldade em produzir.