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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Passagem n°2

No jardim há uma fonte e estátuas,
Brotam da terra fortes arames farpados, também de pedra
(E o seu musgo verde tem um ar dourado)
A fonte não seca - rígida - gospe soberbia
Perco-me com o avião no ar insensível
Enterro-me em redoma de marfim

- No meu quintal corre um esgoto e seus fragmentos.
Boiam pedaços de vida, também, às vezes, mortos
(E o seu calor tem um cheiro risonho).
O fluxo cortado revela - seco - gargalhadas.
Vejo não só, meus parentes, esterco,
escova de dente, cacos de vidro, diamantes
empalhados...

Um comentário:

Guilherme Mariano disse...

Esse com certeza provoca o estranhamento. Mas sério, é a terceira vez que leio este poema e ele é muito bom mesmo. As oposições são muito boas dentro da metáfora do seu jardim, metáforas em metáforas em metáforas. Muito interessante, gostei do esterco junto dos parentes e de diamantes empalhados. Você é um poeta Fer. sério.