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domingo, 10 de fevereiro de 2008

Do gás

Até gosto da chuva de sol
Que não molha, que queima
A grama até sente
- sente-se mais verde
um verde-queimado, verde-música -
Porque o vento sabe é cantar
A música só nasce do que queima
Não fosse assim, a chuva de sol não seria o que é.


Até gosto da grama de pasto
porque tem bosta
Mas quando a chuva de sol a queima
Ela vira música: a música nasce do que queima
É carbonizando que se faz tudo isso.

Não quero extintor:
medidas preventivas tiram o frescor da grama que,
queimada de orvalho,
sai pra carbonizar
Agonizar, fétida
E gosta
E goza: delícia!

5 comentários:

Fernando Cordeiro disse...

Gostei desse, ele parece diferente do outro, talvez seja o ambiente? (vc está em Monte Azul??? hahaha) mas não é isso acho que ele demonstra (comparando com outros poemas seus) um meio diferente de manusear imagens e coisas do tipo. Contudo, ainda é fortemente marcado por seu cunho pessoal, que o diga o final ou a construção do 2° verso e do último da primeira estrofe. Isso me parece muito bom... por um lado é algo diferente, mas sem perder o vínculo com o que lhe é próprio. Espero não estar escrevendo muita borracha...
inté

Fernando Cordeiro disse...

ah ia esquecendo, um título muito inspirado hahhahaha

Guilherme Mariano disse...

Eu gostei, principalemte por que foge um pouco da sua obssessão, mas acho que você manuseia muito bem as imagens no poema, gostei muito do título, concordo com o Fer, muito bom, mas a melhor imagem pra mim foi a da Bosta. (Vai Fessorinha, fica chocada vai.)

Unknown disse...

auhhuahahua a prof ficaria abismada com "bosta"! D fato, esse poema foge da minha obsessão. Mas ela ainda há de voltar - ou nao seria obsessão! huauahua há de voltar, pode crê!
Saudades de vcs!

Guilherme Mariano disse...

Gente e eu xapado escrevendo obssessão no lugar de obsessão.