Rasgos de tempo distraídos na chuva,
delícias de amor, sem valor, agora são minhas.
Rasgos de tempo estocados no criado-mudo
elixir que acorda e não permite dormir.
Rasgos de tempo pregados na parede da avó
cinta grossa que encanta e faz sangrar.
Rasgos de tempo caminham sob meu paletó
macacos embalsamados em rios violentos.
Rasgos de tempo atolam os dias,
num lamaçal suculento e enojador.
Um comentário:
É o segundo poema seu que eu percebo essa busca ( se é busca) da própria existência, do passado, família, vida. Eu gostei desse, é sóbrio e forte e causa impacto. Ma preciso reler o final, em primeira leituar achei que não fecha tanto ( se éa intenção é outra história e uma pergunta, mas vou ler de novo )
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