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quarta-feira, 12 de março de 2008

Fim

Se escrevo é como que desanimo de dentro
de mim flui essa escrescência contaminada.
Minha cabeça, em cãimbras, meu gesto lento
me atordoa, excursiono a nódoa, o nada.

Não escrevo como um escarro me lembra o beijo-
não beijo! golfo na folha linhas azuis
Sem pudor, com respeito, trato o câncro
onde despejo o ressentimento do meigo

A transparência esgota a poesia, quero
pedra de barro, vidraça quebrada - inquérito -
não pelo barulho, ou pela polícia, coisa de criança. Pirraça.
Pelo estilhaço, e a sorte da cachaça.

Verter sangue no olhar, reverter a câmara.
Frio, tivesse o bisturí e o alicate.
Finda-se aqui o começo.

Um comentário:

Guilherme Mariano disse...

Eu achei um poema bem forte Fer, um pouco polêmico, como um grito, uma pirraça =D.

O seu fim é diferente do meu, bem melhor por sinal.