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sábado, 23 de junho de 2012

descuidado

se cada vez as coisas se intensificam
a estupidez é minha maior companheira
cresce devagar como a fome alheia
mas constantemente como erva daninha
se fortifica a cada tempestade
já tem pilares e raízes, mas se algum dia
de mim tomares, se expande em rebeldia

das decisões é polícia e juiz, júri e carrasco
se infiltra, qual gato manhoso,
mesmo nos cofres mais sofisticados,
convincente, sabe ser delicada e sábia,
mas tudo isso não passa...
ostenta porque violenta
os erros em nenhuma palavra

os verbos, antes escapatórias,
agora destacam o medo e a cumplicidade
de que sem ela - desejo malcriado -
as respostas estejam livres de pecados
mas a cada vez que surge
sobe em outros telhados
e assim e sempre e não encontra rival

3 comentários:

Julio Camillo disse...

Cara, cê é mto bom.

Letícia Tomazella disse...

Começando a ler este poema, eu já sabia que era seu. Profundo e dionisíaco, e também racional (ó, paradoxo!), como os seus. Adorei!

Guilherme Mariano disse...

Faço minhas as palavras do Júlio. Excelente poema. Preciso tentar uma análise mais complexa depois, mas nessa primeira leitura eu achei que é um dos melhores seus.