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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cronicazinha boba

Gosto de coisas curtas, literatura do ansioso, gosto de contos curtos e poemas que pareçam prolixos, que patinem, mas que sejam curtos. Gosto de ser repetitiva na arte do contar, mesmo quando conto ou canto em poema. Repetitiva porque só gosto de cantar à saudade, e de contá-la também, porque é ela quem me motiva. Não fosse sua existência, eu nem escreveria – e isso não seria, não, um bem para a humanidade letrada: se não gostarem de obsessões, não devem me ler mesmo. Gosto dos obsessivos, dos histéricos, dos saudosos, dos suicidas, dos insanos, dos fragmentados: gosto das mulheres. Gosto da feminice desvairada, tendo ataques de vaidade, de sangue: gosto quando desejamos morrer de amor. Escrevo para tornar minha vida não um conto (esses, na modernidade, têm um fim triste): gosto de imaginar coisas e saber que eu e ele teremos transmissão de pensamento, como na arte cinematográfica, e aí nos encontraremos. Busco construir minha vida como as cenas de filmes bonitas e românticas, mas não quero ter bem um final feliz. Não quero é que nada acabe: nem eu nem você. Ainda esses dias você me disse que acabou, não há fio de vida: como num filme, chorei. Mas como conheço os filmes, sei que os choros das moças são sucedidos logo (logo pra gente, demorado praquelas tristes personagens do filme... Passam-se, então, nove anos) por sorrisos na igreja. Sorrisos brancos em vestido de noiva. Gosto de patinar, patinar. Pra que chegar a algum lugar, se tudo o que é sólido se desmancha no ar?
Não mais devo escrever, o ansioso é assim: é a fragmentação do sujeito moderno chegando por aí...

Um comentário:

Guilherme Mariano disse...

Muita sacanagem a parte da fragmentação do sujeito moderndo, hauhauha, foda q eu trabalho com isso tb