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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Notícias

Em um ápice de dor e solidão, resolvi escrever essa carta pra você.
Por que não um e-mail? Sei lá, talvez porque a carta dá tempo de ser arrependida e rasgada. E o computador demora um pouco pra ligar. Solidão me dá preguiça. Gosto de curti-la, a solidão, na cama minha de solteiro.
Eu estava lendo Drummond, mas enjoei e fui ver televisão. Novela. Aí deu fome, fritei um ovo e pus no meio de duas fatias de pão integral – pelo menos seguro um pouco as calorias. Aí voltei pra minha cama de solteiro e continuei vendo novela. Hoje devem aparecer uns barracos legais até. Barracos por amor sempre me interessam. Por isso leio Drummond. Mas ele me causa uma solidão maior ainda, aí vou ver tevê, que é tão colega. Boa noite, Bonner.
Você não apareceu mais, não ligou mais, nada mais nunca mais. Não vou te perguntar por que, porque não quero abrir espaço pra você responder a carta. É uma carta que também deve curtir a solidão.
Ainda hoje, quando fui limpar a casa, lembrei de você. Achei sua toalha, aquela bordada com suas iniciais. Você não vai vir buscá-la mesmo, eu sei, demorei, mas fiz a toalha de pano de chão.
Agora ela está no varal, secando, amanhã vou passar no chão da sala, que está muito encardido. Imundo.

Um comentário:

Fernando Cordeiro disse...

Lê, eu de novo, o "boa noite Bonner" é fora de série... Essa idéia da carta que não quer ser respondida é muito interessante... Acho que ele ganha força no final...