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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

No teu café

Te descobri hoje
no teu café,
no meu poema
pro teu café;
pra você, com café

Sem ele você não existe!

Te senti hoje longe, longe
com teu café
preto espumado, gostoso ele era
Mas te senti, perfumado e sem fé
Sem café nunca!

Sem ele você não pode existir!

Te vi hoje
como nunca antes havia feito
te olhei, sem jeito, de baixo pra cima
porque sou submissa
Ao seu café, claro

Sem ele você não gosta de existir!

Toma e retoma teu café,
Me retoma no teu café
Te retomo nas árvores
nos frisos
(do vinho e do teu cabelo)
Na xícara cheia –
Como você diz que esvaziou-se?
Esvaiu-se foi você, mas o café
ficou.

Sem ele você deve não existir...

Canto a você
Mais até ao teu café,

à xícara cheia, branca e espumada
Preto é o café e a Saudade
maldita, viciante
tua xícara (com teu café)
Te cantei hoje,
no teu café,
E durante ele você se calou por dentro
Num preto descafeinado
– porque é frio
Outrora não era, e tinha café fervente

Sem ele você não busca existir!

Te cantei hoje,
Em poema – este não mais
Truncado (nem trincado ou blindado)
Blindado é você:
Eu ainda sou o café
no teu café.
Do teu café eu falo...

Sem ele não deixo você existir.

2 comentários:

Guilherme Mariano disse...

Adorei esse Letícia, gostei mais do que o outro. E vc curte café hein? Um ótimo uso de imagens Le. curti.

Fernando Cordeiro disse...

Oi Lê, como de costume vou ter que discordar (mais costumeiro ainda, discordar do Gui). Achei o outro mais forte, mais interessante, mais completo e complexo. Mas, sem dúvida, é um ótimo exercício dessa imagem.